Relatos de uma visita a um campo de concentração

Daniela Nardi Toni, voluntária e colaboradora da Legião Sionista, conta sua experiência quando esteve nos campos de Auschwitz e Birkenau, neste dia internacional de recordação das vítimas do Holocausto.

O campo de concentração de Auschwitz foi o maior campo de concentração, e o maior campo da morte nazista. Ele era, na verdade, um complexo composto por quatro campos, incluindo Auschwitz I, simplesmente chamado de Auschwitz e Auschwitz II, chamado de Birkenau, que são os dois campos que são abertos, como museus, à visitação pública.

Entre 1940 e 1945, os nazistas deportaram para Auschwitz ao menos 1.300.000 pessoas – 1.100.000 judeus; 140.000 – 150.000 poloneses; 23.000 ciganos; 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos; e 25.000 prisioneiros de outros grupos étnicos. Dentre eles 1.100.000 morreram em Auschwitz, aproximadamente 90% das vítimas eram judeus, a SS matou a maioria nas câmaras de gás.

Auschwitz é o campo de concentração nazista mais famoso, ao nos depararmos com prédios de tijolinho à vista, em meio a árvores e grama, que foram plantados posteriormente, temos que lembrar que, nesse lugar, milhares de pessoas sofreram sob condições inimagináveis, e milhares foram cruelmente mortas, entre homens, mulheres e crianças.

Nem todos os prédios de Auschwitz são abertos para visitação, como é um museu à céu aberto, na Polônia, onde faz calor e a atinge temperaturas abaixo de zero, a manutenção dessas construções é um grande desafio, e somente os prédios mais estáveis estruturalmente recebem os visitantes, por questões de segurança.

 

 

 

 

 

 

 

Nem todos os prédios de Auschwitz são abertos para visitação, como é um museu à céu aberto, na Polônia, aonde faz calor e a atinge temperaturas abaixo de zero, a manutenção dessas construções é um grande desafio, e somente os prédios mais estáveis estruturalmente recebem os visitantes, por questões de segurança.

As tropas aliadas que libertaram Auschwitz contavam com equipe de cinegrafista e equipamento profissionais, eles queriam documentar bem o que iriam encontrar, pois já tinham conhecimento dos campos da morte e das atrocidades cometidas nesses lugares, e queriam evitar que no futuro houvesse negação do Holocausto, dos campos de concentração e todas as atrocidades cometidas pelos nazistas.

Fornos para cremação em Auschwitz

As imagens externas foram feitas, de fato, no momento da libertação de Auschwitz, no entanto, para as filmagens e registros internos, era necessário preparar todo o equipamento e iluminação, o que exigia um tempo que os sobreviventes não podiam esperar, portanto, a prioridade dos aliados foi resgatar os sobreviventes, que foram levados para hospitais, para se recuperarem. Alguns meses após a libertação de Auschwitz, os aliados convidaram os sobreviventes para retornarem a Auschwitz, para poderem fazer os registros internos.

Birkenau fica perto de Auschwitz, há um trilho de trem que passa pelo portão principal do campo. Esse foi um campo de concentração feito com barracões de madeira, como normalmente é retratado em documentários e filmes sobre a guerra e o Holocausto.

Na viagem que visitei Auschwitz/Birkenau, Dachau e Theresienstadt, foi em Birkenau que mais tive a sensação de estar em um campo de concentração. O ambiente, o cheiro único, são totalmente diferentes dos outros, foi o que mais me marcou.

Enquanto todos os prédios de Auschwitz ainda estão lá, Birkenau conta com poucos barracões, isso porque havia uma cidade aonde o campo foi construído. Os moradores foram retirados à força, sem serem realocados ou receberam qualquer tipo de indenização, no fim da guerra, depois da libertação de Birkenau, esses moradores receberam autorização para usarem a madeira dos barracões para construírem suas casas, portanto, foram poucos os barracões que sobraram.

Visitar Auschwitz e Birkenau é, sem dúvida, muito difícil, um local aonde aconteceram as maiores atrocidades da história da humanidade, um local que representa um momento histórico sem precedentes. Um local onde milhares de vidas foram perdidas, milhares de sonhos acabados e milhares de futuros ceifados. Mas é também um grande aprendizado. E, com os últimos sobreviventes morrendo, fica cada vez mais importante nos engajarmos nessa luta, de relembrar e conscientizar as pessoas sobre o Holocausto. Temos que assumir a responsabilidade de que a frase escrita nos campos de concentração – NEVER AGAIN (nunca mais) – realmente seja cumprida.

Daniela Nardi Toni, colaboradora e voluntária Legião Sionista

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