Relatórios preocupantes nesta semana indicam que o Secretário de Estado de Antony Blinken está pressionando para reabrir o consulado dos EUA em Jerusalém.
Em primeiro lugar, o diário palestino Al-Quds citou fontes ligadas à Casa Branca de que o governo do presidente Joe Biden está se preparando para a possibilidade de reabrir unilateralmente o consulado em Jerusalém Ocidental, mesmo diante da oposição israelense.
Separadamente, Israel Hayom informou que os EUA estão em negociações com a Autoridade Palestina para abrir um segundo consulado para servir aos palestinos em Jerusalém oriental.
Em um desrespeito diplomático de décadas a Israel, os Estados Unidos e outros países mantiveram suas embaixadas na área de Tel Aviv, enquanto alguns abriram consulados em Jerusalém. Em 2018, o presidente Donald Trump encerrou essa afronta reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel e transferindo a embaixada para lá. A responsabilidade pelos serviços consulares – para israelenses, palestinos e cidadãos americanos – foi transferida para a embaixada, como é prática padrão para as missões diplomáticas.
Durante a campanha para as eleições presidenciais de 2020, Joe Biden chamou a medida de “míope e frívola”, embora tenha acrescentado que não transferirá a embaixada de volta a Tel-Aviv se for eleito.
Embora seja uma boa notícia que a embaixada permanecerá em Jerusalém, a reabertura de um consulado de Jerusalém para os palestinos é o próximo melhor presente que pode dar à AP.
Existem inúmeras razões pelas quais o objetivo do Blinken é incumbido de liderar é imprudente.
1. É uma questão política. Ninguém reclama que os palestinos estão recebendo serviços consulares inadequados na embaixada.
2. Não existe base legal. Nenhum estado pode abrir unilateralmente uma missão diplomática sem a permissão e credenciamento do país anfitrião.
3. É uma afronta diplomática. Nenhuma outra capital do mundo hospeda consulados. Apenas embaixadas.
4. Um consulado para palestinos deve estar em um local sob a jurisdição da Autoridade Palestina. Em setembro, o primeiro-ministro Naftali Bennett sugeriu a Biden que os EUA abrissem um consulado fora de Jerusalém, ou em Ramallah, onde o Departamento de Estado mantém um centro educacional e cultural.
5. O prédio que serviria de consulado nem mesmo está localizado no leste de Jerusalém, mas na Agron Road, no centro da cidade, exatamente no lado oeste da cidade.
6. Um consulado que atende exclusivamente aos palestinos divide a cidade. Para entender melhor o porquê, basta imaginar as objeções palestinas se os EUA buscassem abrir um consulado em Gush Etzion para servir aos israelenses.
7. Um consulado prejudica as negociações de paz e encoraja a intransigência palestina. Por que a Autoridade Palestina faria qualquer concessão pela paz se eles podem embolsar quaisquer ganhos que os EUA possam oferecer de graça?
8. Isso viola as leis israelenses e americanas.
Não há boas razões para reabrir o consulado dos EUA em Jerusalém, apenas muitas razões ruins.
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