Jornal oficial publica comemoração chocante do 75º aniversário do suicídio do deputado de Hitler
O jornal chileno está enfrentando uma avalanche de condenação pública por publicar uma homenagem ao líder nazista Hermann Gõring no domingo.
El Mercurio, um jornal de direita, chocou a comunidade judaica com uma comemoração que coincidiu com o 75º aniversário da morte do líder nazista. O spread de uma página e meia apareceu na seção Sociedade do jornal com o título, “Hermann Göring, Sucessor de Hitler”. O artigo investigou a infância do líder nazista, a carreira militar e o relacionamento com Adolf Hitler.
Ele também citou os elogios de Gõring a Hitler.
Os críticos recorreram ao Twitter para criticar o jornal, principalmente a comunidade judaica chilena, a embaixada alemã em Santiago e vários políticos.
A Comunidade Judia de Chile, a organização guarda-chuva dos 18.000 judeus chilenos, classificou o tributo como um “pedido de desculpas pelo nazismo” e observou que “na Europa, esta publicação seria considerada um crime”.
A embaixada alemã tuitou sua condenação, lembrando ao El Mercurio que Gõring “cometeu crimes contra os direitos humanos e foi um dos pilares do regime nazista”.
“Não há espaço para justificar ou minimizar, moral ou politicamente, seu papel horrível durante o regime nazista ou o Holocausto”, acrescentou a embaixada.
Em nota em seu site, o El Mercurio reconheceu o alvoroço citando uma carta escrita por Debora Calderon Cohon, que classificou o tributo como uma “afronta direta” aos sobreviventes do Holocausto. Mas, em vez de se desculpar de forma inequívoca, o El Mercurio evitou a falha ao expressar “profundo pesar” pelos leitores não terem interpretado o artigo da maneira equivocada que os editores pretendiam.
“No entanto, se muitos leitores lerem esta resenha histórica da seção ‘Sociedade’ da maneira que este leitor a expressa, é um erro de nossa responsabilidade que lamentamos profundamente”, disse o jornal.
Gõring foi um dos aliados mais antigos de Adolf Hitler. Ele se feriu no fracassado Putsch no Beer Hall em 1923, mas uma década depois tornou-se membro do gabinete nazista, servindo como ministro sem pasta. Ele supervisionou a criação da Gestapo, a temida polícia secreta, e mais tarde foi encarregado de mobilizar a economia alemã para a guerra.
Em 1939, Hitler designou Gõring como seu sucessor e em 1940 conferiu a ele o recém-criado posto de Reichsmarschall. O título deu a Gõring a antiguidade sobre todas as forças armadas alemãs.
Após a Segunda Guerra Mundial, Goring foi condenado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos Julgamentos de Nuremberg de 1946. Horas antes de ser executado por enforcamento, Gõring suicidou-se ao engolir um comprimido de cianeto.
Gõring e 10 outros nazistas executados naquele dia foram cremados e suas cinzas espalhadas.
Por Pesach Benson | United with Israel
LEIA TAMBÉM: