Israel em Abu Dhabi, a nova realidade do Oriente Médio

O anúncio do acordo entre Israel e Emirados Árabes já havia causado uma comoção entre todos que acompanham o que acontece no Oriente Médio, mas assistir a chegada de uma aeronave com bandeira de Israel pela primeira vez em Abu Dhabi, foi emocionante.

Quem acompanha o que acontece no Oriente Médio há muito tempo jamais imaginaria presenciar uma cena como a que todos acompanhamos nesta segunda-feira, dia 31 de agosto de 2020. Pela Primeira vez um avião comercial da empresa aérea israelense El Al pousou em Abu Dhabi, levando uma comitiva de políticos, empresários e jornalistas israelenses.

Somente esse fato já seria motivo de alegria mas outra situação inusitada e jamais pensada até hoje aconteceu também, que foi a autorização da Arábia Saudita para que o avião utilizasse seu espaço aéreo.

O texto poderia acabar aqui mas cabem algumas considerações importantes destes fatos históricos:

– israelenses eram encorajados a não visitar os Emirados,

– Além do fim do embargo contra Israel, os acordos vão desde infraestrutura, segurança, tecnologia cibernética, água e até medicina. Vocês já imaginaram os petrodólares financiando as startups israelenses? Sabe quem ganha com isso? O mundo todo, inclusive os que boicotam e atacam Israel e esse acordo, pois Israel já ofereceu e entregou ao mundo muitos benefícios em várias áreas, mesmo sendo odiado e atacado por muitos.

– Os Emirados abriram o caminho para que outros países muçulmanos também assinem acordos com Israel, destacando Marrocos, Sudão, Omã e Bahrain. O Líbano já disse que pensa a respeito e a Arábia Saudita pode formalizar sua parceria com Israel em breve.

– Porém como tudo na vida, tem aqueles que não gostaram dessa aproximação, como o governo palestino, iraniano e turco.

– Os palestinos exigiram que deveriam ser consultados, o governo turco ameaçou retaliação e o iraniano é um dos principais responsáveis por essa mudança de ares no Oriente Médio, afinal o governo do Aiatolá insiste em atacar seus vizinhos, gerar instabilidade na região, armar pesadamente seus cachorrinhos do Hizbollah e Hamas e ainda conflitar com outros países muçulmanos fortes, como a Arábia Saudita.

– Os governos palestinos do hamas e AP começam a perceber que estão perdendo espaço e tempo, pois ao enrolar e postergar sua oportunidade em garantir seu Estado independente com Israel reconhecido, pode ver seu poder de barganha ser esgotado com os acordos entre Israel e outros países muçulmanos. Daí  o desespero em deslegitimar este acordo com os Emirados, pois tanto os líderes do hamas como Abu Mazen sabem que não terão mais escolha depois que a maioria dos maiores players da região estiver com acordos na mesa com Israel e então, perderão demais politicamente e financeiramente também.

Enquanto isso, os terroristas do hamas mais uma vez anunciam um cessar fogo com Israel, se comprometendo a parar de lançar balões incendiários em Israel depois que o Qatar condicionou isso ao envio de milhões de dólares para sua liderança. Quem os conhece sabe que esse cessar fogo por parte do hamas vai durar somente até o dinheiro chegar em seus bolsos.

O que precisa ser entendido a partir de agora é como o tabuleiro do jogo no Oriente Médio será composto a quem acabará dando as novas cartas, com a escolha de novos parceiros e passando por cima de problemas históricos em nome de um novo cenário que visa muito mais os acordos econômicos “win win” em detrimento dos religiosos e tradicionais desentendimentos que, finalmente, enxergaram não levar a lugar algum.

Quem apoia a paz e o respeito está festejando esse momento histórico.

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