Há quinze anos Israel deixava Gaza e tudo piorou

Israel se retirou completamente da área, entregando tudo para a Autoridade Palestina, sem exigir qualquer troca, senão paz. Porém, quinze anos depois o cenário é frustrante.

Quem acompanha o que acontece em Israel já algum tempo vai se lembrar como foi a retirada dos residentes israelenses da Faixa de Gaza, em agosto de 2005. Eu estava em Israel e pude acompanhar todo o processo traumático que aconteceu antes, durante e depois da retirada.

Saiu por quê?

Israel decidiu sair de Gaza porque não era mais vantajoso manter colonos superprotegidos em uma área densamente povoada por árabes palestinos e isso estava custando muito para os contribuintes israelenses, tanto em dinheiro como em imagem interna e externa.

Também se acreditou que, ao deixar Gaza, finalmente a opinião pública pudesse deixar de acusar Israel, ou minimizasse seus ataques constantes contra o país judaico, o que, sabemos, não aconteceu.

Foi uma comoção nacional. Milhares de colonos judeus apareceram desesperados nas imagens transmitidas ao vivo pela TV e internet. Famílias inteiras sendo arrastadas enquanto viam suas casas sendo demolidas. Mesmo quem era de fora como eu, podia sentir aquela dor em ver tanta gente e tanta história serem tratadas daquela forma, mas o que poderia ser feito diferente?

Histórico

Desde 1967 Gaza esteve sob domínio israelense (o Egito negou sua devolução quando assinou a paz com Israel) e ali construiu milhares de casas para israelenses, sobretudo os mais ortodoxos, que receberam isenções diversas além de outros benefícios para viver nesta conturbada região.  Havia muitas famílias que estavam ali por décadas, então é possível imaginar como foi difícil deixar sua história dessa forma.

Em 2005 Israel sai completamente de Gaza e em janeiro de 2006 acontecem as eleições palestinas, quando o grupo terrorista Hamas se declara partido político e ganha as eleições legislativas, criando um racha na política palestina, pois até então quem comandava e ditava as regras desde a década de 60 era a Autoridade Palestina, resultado político mais “moderado” da OLP que virou o partido Fatah.

A batalha entre palestinos

Em 2007, após diversas tensões entre Fatah e Hamas, acontece em junho a “Batalha de Gaza”, em que Hamas e Fatah entram em conflito armado na região, resultando na vitória do Hamas e a expulsão ou morte de todos os que estavam ligado ao Fatah neste local.

Isso tudo para mostrar o que é agora a região de Gaza sob domínio de terroristas que além de não reconhecerem a existência de Israel, promovem e educam o povo de gaza, sobretudo crianças e adolescentes, ao extermínio de Israel e dos judeus. Gaza se transformou em um barril de pólvora prestes a explodir a cada semana, pois seus líderes preferem usar o bilionário orçamento que recebem de ajuda internacional anualmente para promover o terror, tanto para com seus cidadãos, como contra Israel, mantendo sua população na extrema pobreza enquanto vivem suas vidas nababescas.

Análise

Depois da saída unilateral de Gaza por Israel, podemos avaliar que as coisas só pioraram pois:

– Um grupo terrorista assumiu o controle da região;

– O dinheiro que chega para ajuda humanitária é desviado para o bolso de seus líderes corruptos e para construção de túneis visando a invasão em território israelense para a prática de terrorismo;

– O dinheiro também é usado para compras de armas e munições, além de altas mesadas para as famílias de terroristas que morrem em atentados contra judeus;

– Não há controle sobre as armas que chegam em Gaza e muito menos como são usadas, pois é sabido que o Hamas possui um arsenal cada vez maior de mísseis que são lançados aos milhares de tempos em tempos nas cidades próximas israelenses;

– Os líderes terroristas do Hamas incentivam e educam suas crianças e adolescentes em Gaza a odiar o inimigo israelense, em vez de usar o dinheiro recebido na educação de qualidade para que possam desenvolver suas habilidades educativas e profissionais;

– Gaza é usada para tentar mostrar ao mundo como vive e sofre o povo palestino, enquanto o mesmo povo é manipulado para atacar Israel e sofrer retaliações para a manutenção da narrativa do povo sofrido e assim, receber cada vez mais dinheiro da comunidade internacional.

Gaza não é o que falam

Apesar de muitos acreditarem nas propagandas mentirosas do Hamas, Gaza não é uma prisão a céu aberto nem mesmo é o pior local do mundo para viver, afinal podemos acompanhar nas redes sociais milhares de palestinos que vão as universidades, ás compras, se hospedam em resorts nas praias do mediterrâneo e vivem normalmente como em qualquer lugar do mundo, muito melhor que lugares na África e até no Brasil.

Quinze anos depois, Gaza continua sendo uma pedra no sapato de Israel, mas agora é bem mais difícil tirar a pedra novamente sozinho.

Persio Bider
Presidente
Juventude Judaica Organizada

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