Pastor antissemita é preso pela Polícia Federal no RJ

O pastor Tupirani finalmente foi preso nesta manhã no Rio de Janeiro.

Ele costumava atacar judeus em seus cultos, zombando da polícia e da justiça no Brasil.

Chegou até a desafiar a polícia em sua igreja para levá-lo preso e afirmava que tanto a comunidade judaica como a polícia federal não tinham coragem.

A operação da Polícia Federal que o prendeu foi batizada de “chofesh” que significa liberdade em hebraico mostra ao pastor antissemita e todos aqueles que desafiarem a polícia e a justiça brasileira que se continuarem a atacar judeus, vão perder sua liberdade.

Atenção antissemitas, estamos de olho em vocês e ser anônimo ou fake na internet não vai te salvar da cadeia!

Parabéns e muito obrigado a Polícia Federal pelo excelente trabalho no combate ao ódio aos judeus no Brasil.

Entenda o caso

Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (24), Tupirani da Hora Lores, líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo, dentro da Operação Rófesh.

Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, o líder do grupo radical religioso afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Tupirani também atacava outras religiões, como as de origem afro.

Tupirani foi preso em casa, na sede da igreja, no Morro do Pinto, no Santo Cristo, na região central do Rio de Janeiro.

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (24), Tupirani da Hora Lores, chefe da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo, dentro da Operação Rófesh — Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (24), Tupirani da Hora Lores, chefe da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo, dentro da Operação Rófesh — Foto: Reprodução/TV Globo

Além dos crimes de racismo e ameaça, Tupirani responderá por incitação e apologia de crime. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

Rófesh, em hebraico, significa liberdade, “fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão”, segundo a PF.

A operação foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal.

Em nota, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) parabenizou o trabalho da polícia e disse que a aplicação é fundamental para conter esse tipo de crime.

“É a certeza da aplicação da lei contra o racismo que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”, disse a Fierj.

A Confederação Israelita do Brasil também se manifestou a respeito da prisão de Tupirani.

“Quem pratica o crime de racismo não é só aquele que pratica diretamente, é também aquele que incita a prática da discriminação. Ele influencia seus fiéis, influencia seus seguidores na internet a cometerem também essas práticas racistas”, diz a nota.

Tupirani da Hora Lores é preso pela PF — Foto: Reprodução/TV Globo

Tupirani da Hora Lores é preso pela PF — Foto: Reprodução/TV Globo

Ataques contínuos

A PF afirma que Tupirani continuou atacando outras religiões mesmo após a ação da PF.

Tupirani foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa. Em junho de 2009, ele e um discípulo chegaram a ser presos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Polícia Civil do RJ.

De acordo com a sentença da condenação, Tupirani pregava em blogs o fim da Igreja Assembleia de Deus e praticava intolerância contra outras religiões, caracterizando-as como “seguidoras do diabo” e “adoradoras do demônio”. Eles também associavam a figura de pais de santo a homossexuais, de forma pejorativa, ainda segundo a ação.

Em abril de 2018, uma discussão entre guardas municipais e um grupo de 40 seguidores de Tupirani terminou com 12 pessoas da congregação feridas, uma delas em estado grave. Os fiéis teriam pichado inscrições no asfalto, avisando da suposta volta do Redentor em 2070.

Pichação no Parque Garota de Ipanema — Foto: Bruno Albernaz/G1

Pichação no Parque Garota de Ipanema — Foto: Bruno Albernaz/G1

 

Fonte: G1

 

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