O relatório pesquisou judeus americanos e o público americano em geral com no mínimo 18 anos de idade, que foram questionados sobre suas percepções e experiências de antissemitismo
O American Jewish Committee (AJC) divulgou seu relatório de 2021 “Estado do Antissemitismo na América” na terça-feira. A pesquisa, que é a maior e mais abrangente já realizada pelo AJC , traça um quadro sombrio – mostrando que cerca de 39% dos judeus americanos mudaram seu comportamento por medo do antissemitismo.
A mudança de comportamento incluiu 25% que evitaram postar conteúdo online que permitiria que outros os identificassem como judeus ou revelassem suas opiniões sobre questões judaicas; 22% que evitaram usar ou exibir coisas que poderiam permitir que outras pessoas os identificassem como judeus; e 17% que evitaram certos lugares, eventos ou situações devido a preocupações com sua segurança ou conforto como judeus.
O relatório pesquisou judeus americanos e o público americano em geral, com no mínimo 18 anos de idade. Ambos os grupos foram questionados sobre suas percepções e experiências de antissemitismo nos últimos 12 meses, incluindo durante o recente conflito entre Israel e o Hamas em maio.
Cerca de 1.433 judeus foram entrevistados, bem como 1.214 adultos da população em geral. A margem de erro para ambas as pesquisas é de +/- 3,9 pontos percentuais.
Entre os 24% dos judeus americanos que disseram ter sido alvos do antissemitismo nos últimos 12 meses, cerca de 17% disseram ter sido alvo de comentários antissemitas pessoalmente, 12% disseram que foram alvos do antissemitismo online ou nas redes sociais , e 3% disseram ter sido vítimas de agressões físicas. A pesquisa também descobriu que 41% dos americanos de todas as origens testemunharam pessoalmente um incidente antissemita nos últimos 12 meses, com 31% tendo testemunhado mais de um.
De acordo com a pesquisa, muitos desses incidentes não são relatados. Daqueles que foram alvos do antissemitismo online ou através das redes sociais, 95% não relataram os incidentes à polícia, embora quase um quinto (18%) disse que esses incidentes os fizeram sentir fisicamente ameaçados, disse a AJC em um comunicado.
Além disso, quase todos (96%) das pessoas que foram alvo de uma observação antissemita pessoalmente não relataram os incidentes à polícia.
A pesquisa também encontrou diferenças de opinião entre os judeus americanos e o público em geral. Enquanto 82% dos judeus americanos acreditam que o antissemitismo aumentou nos últimos cinco anos, apenas 44% do público em geral compartilha dessa opinião.
Ele também descobriu que cerca de um terço dos americanos com mais de 18 anos ainda não estão familiarizados com o termo “antissemitismo”, enquanto os outros dois terços já ouviram falar dele e sabem o que significa, representando um aumento em relação ao ano passado.
Entre os respondentes judeus, 53% aprovam como o presidente Joe Biden está respondendo ao antissemitismo nos Estados Unidos, enquanto 28% desaprovam, descobriu a pesquisa. Metade dos respondentes judeus também disse acreditar que o antissemitismo nos campi universitários aumentou nos últimos cinco anos.
“Este relatório crítico confirma que os judeus americanos estão profundamente preocupados com o antissemitismo na América – e muitos estão limitando seu comportamento como resultado”, disse o CEO da AJC, David Harris, em um comunicado.
“O fato de um em cada quatro judeus americanos ter sido alvo do antissemitismo somente no ano passado, e que quatro em cada dez tomaram medidas para ocultar seu judaísmo ou restringir suas atividades como resultado, deveria alarmar todos os americanos”.
O relatório também cobriu questões relacionadas a Israel e ao movimento BDS. 80% dos judeus e do público em geral dos EUA consideram a declaração “Israel não tem o direito de existir” antissemita. Isso inclui 92% dos republicanos e 83% dos democratas. Da mesma forma, a grande maioria de judeus e não judeus vê a declaração “os judeus americanos são leais a Israel e desleais à América” como antissemita, com 85% dos judeus e 73% do público em geral acreditando ser esse o caso.
82% dos judeus e 63% do público em geral dos EUA disseram que o movimento BDS é antissemita como um todo ou tem apoiadores antissemitas, com menos de 15% dizendo que o movimento não é antissemita. O mais interessante, entretanto, é que a maioria dos americanos pesquisados não estava muito familiarizada com o BDS. Quanto ao antissemitismo nas universidades americanas, 50% dos judeus americanos acreditam que o antissemitismo nos campi universitários aumentou nos últimos cinco anos, enquanto 23% disseram que permaneceu o mesmo e 3% disseram que diminuiu.
Por Omri Nahmias | The Jerusalem Post
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