As noticias que correm o mundo globalizado hoje em dia chegam cada vez mais rápido. É impressionante como num piscar de olhos sabemos o que está acontecendo do outro lado do planeta e também com nossos vizinhos próximos.
Porém, a pergunta que sempre fica é, será que podemos sempre confiar nas informações que nos chegam a todo instante e sentir-nos atualizados sem qualquer dúvida?
A resposta é não.
Primeiramente porque sabemos que este ou aquele repórter, ou veículo não estará sempre comprometido com a verdade, sendo parcial para o lado que mais convém, destruindo o comprometimento jornalístico. Outra resposta é que através da internet, qualquer um pode postar, publicar ou escrever qualquer coisa que poderá ser lido por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.
Outra pergunta que fica é exatamente o que fazemos com essas informações verídicas ou não, quando o assunto atinge o nosso povo, nossa história, nossa religião.
Todos nós sabemos que Israel é atacado diariamente, seja por mísseis travestidos de “foguetes caseiros”, seja por uma quantidade tão grande quanto os mísseis, de notícias tendenciosas e mentirosas.
O leitor perguntará o que isso o afeta, já que Israel está longe, possui um dos melhores exércitos do mundo, obtém (ainda) o apoio irrestrito dos EUA e recebe importantes doações por ano dos judeus ao redor do mundo. Além disso, vivemos no Brasil, um país em que se permite a liberdade religiosa, os povos vivem em uma relativa paz e não sofremos ameaças como em qualquer outro país do mundo.
Se você se inclui neste grupo, vamos analisar com calma essa situação.
Vivemos sim em um Estado democrático de direito onde os povos vivem em relativa harmonia, salvo todos os nossos problemas com educação, saúde, transporte, segurança, corrupção, dentre outros. Ocorre que mesmo à distancia, presenciamos um estado de inação que se não for alterado, pode sim afetar nossas vidas aqui mesmo, no Brasil.
Mesmo aqueles que não se consideram sionistas, aqueles super ideológicos mesmo, devem estar cansados de saber que Israel é o único país do mundo onde qualquer um pode exercer seu direito de nascer, crescer, viver e morrer como um judeu, seja qual for sua orientação religiosa. Que não precisará ficar explicando pro chefe ou professor o motivo de faltar no trabalho ou nas provas, por causa de alguma data importante no calendário judaico. Poderá usar a kipá ou andar com uma camiseta escrita em hebraico que todos vão entender, sem que imaginem que você veio de outro planeta. Também sabem, assim como o resto do mundo, que Israel não acabará e não será destruído como alguns loucos pregam.
Porém, alguém gritará, não se pode fazer associação entre judaísmo e sionismo, pois eu posso ser judeu nos EUA ou Canadá por exemplo, e Israel não faz diferença na minha vida.
E é aí que todos se enganam. Pois não associar Israel com o judaísmo faz com que nos enfraquecemos e ao mesmo tempo fortalecemos aqueles que nos odeiam, que infelizmente sabem exatamente como manipular a mídia e pior ainda, algumas sessões solenes da ONU (aquela mesmo que outrora decidiu ser Israel fundamental para os judeus e para o mundo e hoje permite alguns discursos contrários).
Os que não gostam dos judeus não podem mais falar abertamente que não gostam. Não está mais na moda não gostar dos judeus e em muitos países, qualquer ato de violência contra os judeus é considerado crime. Então, como fazer para que os antissemitas de plantão continuem com seu discurso de ódio e intolerância senão vestindo uma roupa nova em suas declarações, mas agora não mais falando contra os judeus e sim contra o Estado de Israel.
Israel é um Estado legítimo que não precisa se desculpar por existir. Temos milhares de exemplos de coisas boas que o país concedeu ao mundo, através de seus cidadãos que, mesmo sob ameaça de diversos inimigos vizinhos, continuam a viver suas vidas assim como todos nós em qualquer outro país e anseiam por paz única e exclusivamente.
É inadmissível calar-nos quando vemos que o ódio gratuito e infundado contra Israel é manipulado pela mídia em geral. Não precisamos ser a favor ou contra este ou aquele governo, mas precisamos sim, lutar pela existência e legitimidade de um país que nos possibilita sermos quem somos, independente de onde estivermos.
Nossa resposta pode ser de diversas formas, seja na escola, faculdade, trabalho ou entre amigos, mas o que não podemos nunca é ficarmos omissos quando o assunto é Israel. Devemos agir, como judeus, contra qualquer situação que tentem colocar a legitimidade de existência do Estado de Israel em jogo e isso não podemos permitir nunca.
Não podemos ter vergonha de sermos judeus e muito menos de vincular nossa religião ao Estado que possibilita sermos quem somos, sem preconceitos ou discriminações. Não podemos nunca ter vergonha de defender a existência de Israel, porque não sabemos como fazer, o que falar ou está na moda atacar Israel, então melhor ficar quieto do que ser odiado também.
Falar mal dos judeus não é mais “in”, porém, atacar Israel ainda é, e se não começarmos a tomar atitudes de defesa, quem de novo estará “out” seremos nós, os judeus apátridas da história.
Persio Bider
Presidente
Juventude Judaica Organizada